História das Cervejas Trapistas, a Cerveja dos Monges

As magnificas cervejas denominadas “Trapistas” são feitas por Monges seguidores da Ordem Trapista. São ricas, encorpadas, de sabores únicos, poderosas, muito especiais e consideradas por muitos como as melhores cervejas do mundoA verdade é que independente de serem as melhores ou não, você, apreciador e apaixonado por cerveja como nós, não deveria deixar de experimenta-las.

O que são Cervejas Trapistas?

Trapista não é um estilo de cerveja. Elas são produzidas de acordo com as premissas religiosas dos monges beneditinos da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, mais comumente chamada de Ordem Trapista.
É uma ordem católica de monges que seguem a regra Beneditina que prega obediência, pobreza, humildade e silêncio, conciliando a vida monástica entre o trabalho, o estudo e a meditação. Eles resolveram fabricar produtos para poderem sustentar as abadias com a venda.
Um dos princípios fundamentais dos trapistas é o lema beneditino ora et labora, “reza e trabalha” e um desses trabalhos é o de fabricar cervejas extraordinárias. Começou a tomar corpo no século 17, com diferentes monastérios promovendo reformas internas no sentido de uma vida mais orientada ao silêncio, à renúncia e à obediência.
Dos 171 mosteiros trapistas existentes no mundo, apenas onze são autorizados a marcar suas cervejas com o selo de autenticidade trapista, garantindo a origem monástica de sua produção. Esses 14 mosteiros estão assim distribuídos:

Seis na Bélgica: Achel, Chimay, Orval, Rochefort, Westmalle, Abadia Saint-Sixtus (Westvleteren); sendo as principais cervejas Dubbel, Tripel, Quadrupel, Belgian Ale;

Dois na Holanda: La Trappe, Zundert;

Um na Áustria: Engelszell;

Um nos Estados Unidos: St. Joseph’s Abbey (Spencer- Massachusetts);

Um na Itália: Tre Fontane (Roma).

Um na Inglaterra: Mount St. Bernard

Um na Espanha: Cardeña


Obs.: A cerveja Mont des Cats (França) também é uma trapista, mas atualmente é produzida pela Chimay, na Bélgica.

Para que um mosteiro possa comercializar uma cerveja com o selo trapista, ela tem que ser fabricada sob algumas regras:

- A cerveja deve ser fabricada dentro das paredes do mosteiro trapista pelos próprios monges ou sob a sua supervisão;
- A cervejaria deve ser subordinada ao mosteiro e deve ter uma cultura empresarial condizente ao projeto de vida monástica; 
- A cervejaria é quase filantrópica, sem fins lucrativos. Os recursos são para o sustento dos monges e para a preservação da abadia. O que sobra, é utilizado em causas sociais ou doado para pessoas carentes; 
- A cerveja trapista é de uma qualidade impecável, que é controlada permanentemente.
 
Toda cerveja trapista deve levar o Selo “Authentic Trappist Product” em seus rótulos. Na dúvida se uma cerveja é Trapista ou não, procure o selo no rótulo. As Cervejas Trapistas pertencem a família das Cervejas Ale, de alta fermentação. Os Monges podem produzir itens diversos para comercializar e garantir o sustento do mosteiro: pão, queijo, doces, carnes e até mesmo cervejas! Essas cervejas precisam ser fabricadas pelos monges, dentro do mosteiro, e sua proposta deve ser filantrópica: o dinheiro que não for usado para sustento do mosteiro, deve ser usado para causas sociais.
As Cervejas Trapistas são exclusivas e possuem sabores diversos do tipo Ale, aquele que surge após passar pelo processo de alta fermentação e variam de coloração e de volume alcoólico.
O número restrito de Cervejas Trapistas se explica pela rigorosidade da Associação que controla e concede o Selo de Autenticidade.

Destaque

Cerveja Trapista Westvleteren

Desejo de consumo entre 10 a cada 10 amantes de cerveja, esta cerveja sim, é um mito. Esta Abadia Trapista é responsável pela “melhor cerveja do mundo”, afirmam veemente muitos daqueles que já tiveram oportunidade de prová-las. Para conseguir beber do sagrado líquido desta famosa garrafinha sem rótulo, será necessário ir até o mosteiro, na Bélgica (há alguns outros locais por lá que vendem, mas não são “oficialmente” autorizados). A missão é árdua, muito árdua, pois é preciso pegar muita estrada para alcançar a obra-prima cervejeira.
O restaurante da Saint-Sixtus, In de Vrede, é o único que serve as três cervejas Westvleteren: A Westvleteren Blond (Belgian Pale Ale), a Westvleteren VIII (Belgian Dubbel) e a Westvleteren XII(Quadrupel).